terça-feira, 17 de julho de 2012

RETORNO DO PORTO DE DOVER (INGLATERRA)

     No percurso de volta de Dover à Calais, nosso amiguinho foi escoltado por dois policiais até o posto de fronteira francês.
     Lá foi entregue aos policiais franceses que queriam saber o motivo de tal expatriação. Como nada havia contra, e pela demora na liberação, nosso personagem "ferrou" num sono sem igual, deitado sobre um banco existente naquele espaço. Passado umas três horas, deram ordens para que tomasse um trem de volta à Paris. Assim o fez de imediato, sem antes comprar uma coca-cola e umas bolachas pois seu dinheiro estava encurtando rapidamente e tudo que pedia em seu parco francês era muito caro. Pois bem, rumou para Paris onde permaneceu por mais três horas. Comprou passagem para Barcelona onde tinha os endereços daqueles brasileiros encontrados em Madri, conforme já mencionei anteriormente.
     No trem viajou mais ou menos quatro horas quando sentiu que algo estava errado pois as cidades percorridas não eram as mesmas quando se dirigiu na ida.
     Com muita dificuldade perguntou ao chefe do vagão se aquela composição iria para Barcelona. NÃO. Estava se dirigindo ao outro extremo do país. Rapidamente entendeu que deveria saltar na próxima cidade e aguardar nova composição com destino à Barcelona. Foi o que fez incontinente. Já eram altas horas e aguardou sozinho naquela estação deserta,  por mais quatro horas, pelo próximo trem.
     Que felicidade, saber que agora poderia pedir ajuda aos novos conhecidos em Barcelona.
     Ficou maravilhado com a beleza da arquitetura catalã.
     Sem descansar um minuto sequer, foi ao primeiro endereço escrito em sua agenda. Perguntou agora em seu modesto espanhol, ao garçom daquele restaurante, pelo nome de fulano. Como a resposta não o satisfez, arriscou um segundo nome e desta vez acertou. Disse o garçom que iria chamá-lo imediatamente.
     Lá ao fundo do imenso restaurante, vislumbrou um vulto, sem no entanto saber se era o brasileiro ou outro espanhol qualquer, pois seu contato fora muito rápido naquele dia em Madri.
     O jovem perguntou num bom português se queria falar com ele.
     É claro, sim, sim. Nosso jovem, estava exultante de alegria por finalmente encontrar um dos brasileiros e foi se identificando como sendo aquele do encontro tal e tal...
     Esclarecidas as dúvidas, foi convidado a comer alguma coisa pois certamente estaria com fome. (se estava?!)
     Resumindo, seu novo parceiro apresentou-o ao gerente da casa, conseguiu de imediato um serviço de lavador de pratos.
     Em seguida, ofereceu para abrigá-lo onde morava: um comodo de duas peças onde haviam mais três brasileiros, os mesmos do aeroporto em Madri.
     Trabalhou por quatro meses neste restaurante, quando um dos outros colegas ofereceu-lhe emprego com salário melhor em outro restaurante,  próximo dali. Todos os restaurantes ficavam à beira mar desta cidade maravilhosa. 
     Um fato curioso que chamou sua atenção foi descobrir que naquela praia onde haviam vários chuveiros, as senhoras e senhoritas se banhavam de topless, algo normal naquela região. De repente se deu conta que só ele é que ficava extasiado diante de tantos seios à mostra.
     Logo acostumou-se e não deu maior importância a este costume.
     Outra coisa, pagavam pouco pelo serviço estafante e tinha que trabalhar por 12 horas diárias. Voltava para casa, um bairro mal afamado, sempre depois da meia-noite e com frequência havia batida policial, algo muito comum, até em salas de cinema. Como seus documentos estavam em dia, nada precisava temer.
     Assim passaram-se quase seis meses, quando a saudade do  Brasil foi mais forte, e, deu adeus aos amigos brasileiros e aos novos amigos espanhóis e rumou de volta ao Brasil!
Nosso relato continuará dia 23 próximo. Até lá.

4 comentários:

  1. Não foi nesse período que ele passou por Portugal? E trouxe de lá um 'souvenir'? Que deixou os portugueses sem saber o que fazer?

    ResponderExcluir
  2. Quer entao que nosso amigo Wilson agora resolveu nos presentear com suas histórias?????
    Reais ou nao???? e esse "pitaco" que a senhora tá botando aí???? rsrsrsrsrsrsrsrsrs
    Eu tenho um amigo que escreve uns "causos" tambem, até hoje nao sei se é invençao da cabeça dele ou nao...rsrsrsrsrsr

    ResponderExcluir
  3. isto ocorreu em sua 2ª entrada no Reino Unido.
    Aguarde o desenrolar daqui para frente.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. é com imensa satisfação que li seu comentário, o qual agradeço imensamente.
      Se é real ou não?
      Tem vezes que eu me perco entre a realidade e a ficção. O importante é que a realidade nos dá subsídios para criar, polir, e embelezar nossos relatos quando sentimos vontade de expressar nossas inspirações. Obrigado e por favor, não deixe de fazer seus comentãrios, os quais são necessários para incentivar este pobre escritor.

      Excluir