segunda-feira, 23 de julho de 2012

1º RETORNO AO BRASIL

Com a saudade fustigando seu coração, nosso herói retorna porém sem esmorecer sua vontade de conhecer à Inglaterra.
Aqui, voltou a trabalhar na antiga profissão e adquiriu primeiramente um automóvel Fiat 147 Europa muito bonito por sinal.
Com o passar dos meses, cismou de comprar também uma moto Yamaha, veículos estes que apaziguaram momentaneamente sua grande vontade de voltar para o estrangeiro.
Ganhando razoavelmente bem, levava uma boa vida com a liberdade que só nós os brasileiros sabemos desfrutar.
De namoro em namoro, eis que conheceu uma moça vizinha de bairro e passaram a curtir um namoro aparentemente tranquilo.
Descobriram que partilhavam de muitos e muitos prazeres e gostos; principalmente o gosto pela aventura de viajar.
Ele lhe contou as belezas do mundo lá fora, mundo este tido como 1º mundo, e ela logo se encantou e passou a sonhar com o dia em que poderiam juntos desfrutar deste mundo maravilhoso.
Mais alguns meses aqui no Brasil, e após uma falsa confirmação de gravidez, ei-los casando somente no civil.
Vendendo tudo o que ele possuía, lá estavam os dois com passagem comprada para alguns dias após o casamento.
No momento a passagem mais barata para Espanha era da Lan Chile. Segundo eles, um avião prá lá de velho.
E assim puseram-se à caminho, primeiramente com o cortejo de toda a familia dele junto à rodoviária de Florianópolis. A família dela nem sequer participou do casamento no cartório... As razões até hoje permanecem sem explicações.
Em São Paulo, embarcaram na aeronave da Lan Clile rumo ao país cujo nome não é nenhuma novidade. Durante o trajeto até o Chile, sofreram vários sustos devido as precipitações de altitudes e principalmente pelos sacolejos provocados numa velha aeronave.
Chegaram à Madri e imediatamente após rápidas olhadelas por parte da cidade, compraram passagem pelo trem rumo à Barcelona.
Lá chegando, dirigiram-se ao último restaurante em que ele havia trabalhado da última vez onde por sorte havia seus velhos conhecidos de antes.
Foram só abraços e mais abraços e finalmente veio o pedido para trabalho naquele local.
Conseguiram de imediato colocação para lavagem de pratos (uma enorme pilha sempre constante; ela conseguiu a tarefa de enfeitar os pratos que seriam servidos às mesas).
E assim o fizeram até o momento em que decidiram partir para o destino almejado. Antes porém, ele usou nova estratégia e resolveu que iriam para a Irlanda do Norte e de lá para Londres.
Assim o fizeram e tiveram sorte que na chegada ao aeroporto de Heatrow sua chegada não causou nenhum espanto como era de se esperar. Foram liberados com muita facilidade. Até parecia que os céus conspiravam a favor!
Bem em Londres finalmente, seus sonhos tão almejados estavam para serem realizados. Foram de imediato ao endereço do casal que moraram no bairro deles aqui em Floripa.
Por vários telefonemas anteriores, instruíram como fazer para chegar até Londres. Só que da primeira tentativa não passou do porto de Dover como já relatei; isto porque houve inúmeras falhas no transcurso da viagem.
Pois bem, neste momento estavam os dois em frente ao edifício procurando pelo apartamento número tal, onde pretendiam conforme o combinado mesmo após passados alguns anos, conseguir provisóriamente uma pousada e indicação para emprego, pois conforme dissera seu amigo, era fácil pois já estavam residindo nesta cidade há vários anos e muito bem estabelecidos.
Qual não foi a surpresa, que após ouvirem vozes dentro daquele apartamento, tocaram a campainha e fez-se um silêncio onde poder-se-ia ouvir uma pena de ave caindo no chão! Nada de atenderem à porta. Insistiram, insistiram e nada!
Tudo desmoronou-se naquele momento, pois estavam num país estranho culturalmente e sem mais nenhum conhecido que os pudesse indicar algum trabalho e principalmente moradia provisória que fosse.
Perambularam pelo bairro, sentaram num banco da praça e puseram-se a planejar os próximos passos.
Ele em seu parco inglês, procurou comprar algumas libras num banco próximo e após saciarem sua fome, procuraram por emprego em pequenos restaurantes.
À princípio ofereceram serviço de lavação de pratos. Seguiram em frente esperando melhores ofertas. Já entardecendo, cansados e novamente com fome, pensaram melhor e concordaram que aceitariam qualquer coisa pois tudo era muito caro e não tinham dinheiro para tantos dias sem emprego.
Nova tentativa, e desta vez, aceitaram de bom grado a oferta e principalmente pelo fato de já poderem ter o direito de se alimentarem gratuitamente.
Com certa dificuldade em se expressar, à muito custo conseguiu a oferta para dormirem só aquela noite num cantinho apertado nos fundos do restaurante.
Aliviados, dormiram com certa facilidade e cedo após a primeira refeição , dirigiram-se ao endereço fornecido pelo gerente da casa, o qual era de um hostess.
Por três dias conseguiram confirmação de poderem usar um quarto. Depois deveriam tentar diariamente até que surgisse nova vaga, tal era o movimento daquele estabelecimento.
Retornaram ao restaurante, executaram suas tarefas com bastante afinco e assim se passaram os 3 dias.
Nesse meio tempo, novamente a sorte ajudou a ambos pois conheceram brasileiros que ofereceram pousada em troca de participação no aluguel.
O mundo era todo maravilha. Trabalhavam muito, e nos domingos desfrutavam dos passeios nos 44 enormes parques verdes da cidade (é o país com maior número de parques verdes do mundo).
Após curtirem por inúmeras vezes alguns dos parques mais tradicionais como: Green Park, Hyde Park, Richmond Park, Saint James Park, Kensington Park, Victoria Park e Regent Park, eles se voltaram para conhecerem outros países como: Paris, Bélgica, Holanda, Portugal, sem deixarem de conhecer dentro da própria Grã-bretanha, a cidade mais longínqua ao norte  como Escócia .
Cansados de tanto conhecerem os países acima, combinaram de passarem uma semana na Irlanda. Passagens compradas e lá se foram os agora dois aventureiros.
Acontece que de cabeça quente de tanto trabalhar, agora num confortável cargo de gerente, ele comprou passagens para Irlanda do Sul em lugar de Irlanda do Norte.
Esquecera que os dois países eram inimigos de relações cortadas. À bordo dum belo navio, lá se foram eles e nem perceberam que seu sotaque agora bem londrino era olhado com certa animosidade pelos irlandeses.
Alugaram quarto num hostess próximo e foram fazer compras num supermercado quando recusaram suas libras. Mas por quê? Não são todos pertencentes ao Reino Unido?
Não! Nada que seja inglês entra em nosso país!
Ai que enrascada nos metemos, hein? dialogaram os dois.
Tiveram que trocar seus poucos dólares pela moeda local e só depois foram até o caixa de um banco.
Para aumento da surpresa, não puderam sacar nenhuma libra para efetuar troca.
E agora? Os dólares estavam se esvaindo, e como voltariam para Londres?
Teve a idéia de telefonar para a casa dos pais, os quais prontamente iriam depositar certa quantia numa caixa de correio. Ao mesmo tempo, seu pai, aconselhou-o a tomar um ônibus regular com destino à Irlanda do Norte que passariam desapercebidos. Assim o fizeram, ao mesmo tempo em que pediu a suspensão da remessa de dinheiro, pois achou o plano muito bom.
Passadas algumas horas, ligou para a casa dos pais e anunciou que graças à Deus, já estava em solo Irlandês onde pode sacar
suas preciosas libras esterlinas.
Bem, espero que estejam gostando desta história confirmando sua participação na leitura. Até o próximo dia 30 de julho.

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