Do aeroporto de Guarulhos nosso jovem personagem segue rumo à Espanha, mas sempre fazendo parte do plano para entrar no Reino Unido.
E como tal, assim que pousou em Madri, teve a sorte de encontrar quatro brasileiros que moravam em Barcelona. Foi aquela satisfação que só conhece quem viaja por outros continentes, é quem sabe do prazer em encontrar um conterrâneo e poder falar sua própria língua. Trocaram endereços, nomes, procedência no Brasil e etc...
O jovem contou-lhes sua intenção e que tinha um casal de amigos do bairro em que morava, no Brasil, e instruído pelo tal amigo de infância estava executando exatamente o itinerário ensinado pelo mesmo.
Assim fazendo, rodou por Madri durante dois dias ( e por que não, uma semana e mais três dias em Paris?), comprou passagem para o trem expresso, a fim de cruzar a França de sul à norte. Foi uma viagem inesquecível, onde pode usar seus parcos conhecimentos da língua francesa (afinal estudara o básico de espanhol, francês, e inglês), a qual, há muito custo e sofregadamente, permitiu-lhe expressar-se o suficiente para atravessar o país de uma ponta à outra.
Chegando ao extremo norte, em Calais, embarcou num enorme ferrybout, no qual atravessou o Canal da Mancha rumo ao Porto de Dover (ao sul da Inglaterra).
Antes de continuar minha narração, vou detalhar alguns aspectos onde nosso jovem viajante pecou no excesso de previdência, ou seja, primeiramente, a mochila que carregava às costas era tão grande que mais parecia um vagalume, pois ultrapassava sua cabeça em 40 centímetros. Era rizível aquela figura ávida por chegar ao destino tão sonhado desde seus 14 anos.
Pois bem, dentro da mochila havia um bom estoque de roupas para o frio, remédios suficientes para três meses, de qualquer resfriado, dor de cabeça ou calmantes para aliviar sua ansiedade. Quando foi prestar informações a respeito do porquê estava pisando em solo inglês, disse que estava de passagem pela Europa, foi conduzido à uma sala onde abriram sua grande mochila e constataram que sua história não era verdadeira dado ao grande volume de tudo que ali havia.
Mostrou os $3.000 dólares, e em seu péssimo inglês rogou por todos os santos brasileiros, chorou, chorou e nada de condoer os fiscais alfandegários. Após seis horas dentro daquela sala, explicaram em seu inglês clássico, que iriam deportá-lo de volta ao seu destino.
E assim fizeram, acompanhando-o de volta ao porto, acompanhado de dois policiais designados para embarcá-lo no próximo navio ferrybout.
Que azar danado, hein? Afinal o máximo que conseguiu foi pisar em solo inglês no porto de Dover.
E agora, pensou desesperado, nosso jovem aventureiro.
Dentro do navio, pôs-se a planejar seu próximo destino...
Bem, a continuação deste relato, ocorrerá novamente na próxima segunda feira dia 16. Até lá, no aguardo de seus comentários, obrigado.
Mais parecia um vagalume? Não entendi...
ResponderExcluirE a tal história quando ele disse/pensou: 'para o Brasil eu não volto'!
imagine a desproporcionalidade entre a magreza e altura de nosso jovem personagem com mais ou menos 50 centimetros da mochila acima de sua cabeça. Não lembra a figura de um vagalume?
ResponderExcluirO fato de não poder entrar na Inglaterra não diminuiu sua vontade férrea de voltar a tentar. Por isso aquele pensamento de que para o Brasil nao volto! Espero ter respondido sua dúvida. Oobrigado.